
O Estado de Rondônia ainda está em franca evolução econômica, social e financeira. Mas peca politicamente. Não é exagero nem demagogia. Rondônia tem um clima privilegiado, onde não há geadas, por exemplo. Por isso, é possível produzir mais e melhor, com regiões onde ocorrem mais de uma safra de milho por ano, por exemplo.
É um Estado abençoado, mas com enormes restrições por parte da maioria dos políticos, que não exercem a função como deveriam. Em boa parte dos casos, prevalece a politicagem, e não a prática da política, em sua essência, que é necessária e positiva.
A cada ano, Rondônia ganha mais espaço na produção de soja, milho e café. Inclusive, na década de 90, esteve entre os maiores produtores do Brasil. Mas, com a queda do preço da saca em 1997/98/99, os cafezais praticamente foram dizimados no Estado. Faltou visão ao governo da época, apesar dos alertas, que deveria ter comprado o café dos produtores e armazenado, porque o café não apodrece, e aguardado o período de dificuldades passar para então comercializar. Nada foi feito e, dois anos depois, o preço quadruplicou. O cultivo do café continua sendo um ótimo negócio até hoje.
O Estado tem pouco mais de 40 anos de emancipação político-administrativa e já desponta como um dos seis maiores produtores de gado de corte do Brasil. Rondônia está entre os estados sem restrição à aftosa, ou seja, não há vacinação; por isso, pode exportar sem dificuldades.
A cada ano, cresce a produção de soja e milho, e o café, aos poucos, vem retornando. O Estado continua sendo um produtor importante e crescente de matérias-primas como soja, milho, café e gado de corte, mas não investe na industrialização.
Se o Estado produz, por que não industrializa? Por que vender o produto in natura e depois comprá-lo manufaturado, se é possível processá-lo e ampliar os lucros para o Estado, industrializando, no mínimo, parte do que produz, garantindo uma economia ainda mais forte e empregos em abundância?
O que aconteceu com o Parque Industrial de Porto Velho? Rondônia comporta, sem dificuldades, indústrias de óleo e mais fábricas de ração. É uma maneira de ampliar e fortalecer a arrecadação, além de fomentar empregos qualificados — inclusive em Porto Velho, que tem uma área territorial enorme (mais de 34 mil km²) — e facilidade de exportação pelo porto do Rio Madeira.
Os políticos de Rondônia — Governo do Estado, Assembleia Legislativa, prefeitos, vereadores e a Bancada Federal — devem buscar meios e soluções para garantir um futuro econômico, social e financeiro digno para o povo. Não podemos continuar produzindo a matéria-prima (soja, milho, café etc.) sem que parte seja manufaturada.
A situação é muito mais política do que empresarial. É necessário que seja fomentada uma política econômico-financeira eficiente, que atenda à realidade de Rondônia no segmento. O Estado continua em fase de crescimento devido à maior parte do solo ser rica, produtiva, com clima privilegiado e gente disposta a vencer na vida. Mas precisa de ousadia e investimentos concretos e viáveis, para não estagnar — principalmente no exercício pleno da política, que não pode ser confundida com politicagem.
Fonte: Rondônia Dinâmica