O fechamento do cruzamento entre a Rua Afonso José e a BR-364, em Jaru, causou forte reação de vereadores e moradores nesta terça-feira (17). Vídeos gravados no local por parlamentares e populares circularam nas redes sociais, questionando se a medida — implantada como resposta ao alto índice de acidentes — não acabará agravando os problemas de mobilidade e segurança no perímetro urbano da rodovia.
A interdição faz parte de um conjunto de ações definidas após reuniões entre órgãos municipais, estaduais e federais, incluindo Ministério Público, DNIT, Polícia Rodoviária Federal, Prefeitura de Jaru e a Associação Comercial (ACIJ). O objetivo, segundo os participantes, é reduzir a sinistralidade viária em pontos considerados críticos da BR-364 dentro do perímetro urbano do município.
Entenda o contexto e as decisões tomadas
A proposta foi formalizada a partir do Ofício nº 56/2025 da PRF, que solicitou a interdição de acessos considerados perigosos, com base em estudos e dados do Detran que identificaram os trechos com maior índice de acidentes, especialmente nos cruzamentos da BR com as ruas Afonso José, Marechal Rondon, Florianópolis e saída da LH 605.
Em reunião realizada no último dia 29 de maio, no auditório da Associação Comercial de Jaru, o assunto foi debatido com a presença de representantes da PRF, Ministério Público, Prefeitura, DNIT, Polícia Militar e membros da ACIJ. Segundo a ata do encontro, houve convergência entre os órgãos quanto à urgência de medidas estruturais para conter os riscos.
O DNIT se comprometeu com o fechamento do acesso da Afonso José em sentido crescente (lado Marajó) e outras melhorias, como nova sinalização, instalação de defensas metálicas, pintura de faixas de pedestres e readequação de trechos críticos, especialmente na Rua Goiás, próxima ao Supermercado Irmãos Gonçalves — área com registros de acidentes fatais.
A Prefeitura de Jaru apoiou a proposta, mas condicionou a medida ao fornecimento de materiais como tinta e tachões para reforço da sinalização. Também foi sugerida a instalação de rotatórias no futuro, especialmente na Rua Florianópolis, que passará a concentrar o fluxo da Afonso José e da Marechal Rondon.
Apesar do respaldo técnico, a ação vem sendo duramente criticada por vereadores e parte da população, que consideram a medida precipitada e mal planejada. Parlamentares alertam que o fechamento do cruzamento sem a implementação prévia de alternativas viárias, como semáforos ou rotatórias, pode transferir o problema para outras vias já sobrecarregadas, como a própria Florianópolis.
“A gente não pode aceitar que fechem um acesso importante como esse sem pensar na mobilidade da cidade. É um dos cruzamentos mais utilizados e estratégicos”, comentou um vereador em vídeo gravado no local.
Populares também relataram insegurança com as mudanças. Muitos dizem não terem sido informados previamente e afirmam que a decisão está afetando diretamente o tráfego diário, inclusive dificultando o acesso a comércios, escolas e serviços essenciais.
Deliberações técnicas e promessas de melhorias
Entre os encaminhamentos definidos na reunião, destacam-se:
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Fechamento da Afonso José e da Marechal Rondon (em etapas, com início imediato na Afonso José);
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Readequação de quebras-molas e faixas de pedestres;
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Sinalização proibitiva de conversões perigosas, como na Rua Goiás;
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Campanhas educativas e reforço da presença policial em horários de pico;
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Utilização da atividade delegada com quatro policiais da PM, três vezes por semana.
E agora?
A implementação das mudanças está em andamento e deve continuar ao longo das próximas semanas. O Ministério Público acompanhará o cumprimento das deliberações. No entanto, a reação da comunidade e o debate aberto nas redes sociais e na Câmara de Vereadores demonstram que o assunto está longe de um consenso, e que a pressão popular pode influenciar na revisão ou adaptação das medidas implementadas.
Veja a Ata_de_Reuniao___Transito_Jaru___29.05.2025
Fonte – Jaruonline