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Marcos Rocha fala sobre denúncias de “grampos” feitas por Marcelo Cruz e Júnior Gonçalves, ex-chefe da Casa Civil

Governador de Rondônia diz que há reação orquestrada de ex-integrantes do governo após nomear Elias Rezende como chefe da Casa Civil 

Durante a primeira parte de entrevista concedida ao podcast Resenha Política, apresentado pelo jornalista Robson Oliveira, e veiculado exclusivamente pelo Rondônia Dinâmica, o governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), abordou temas de alta tensão política envolvendo seu próprio grupo.

Ao comentar as denúncias públicas de bisbilhotagem feitas por ex-integrantes do governo, como o ex-chefe da Casa Civil Júnior Gonçalves e o deputado estadual Marcelo Cruz, o governador declarou: “Talvez tenham grampos de alguma mulher que tenha deixado na Casa Civil, em cima da mesa. Porque não tem grampo nenhum, não existe isso. Isso é fictício”. Segundo ele, a Polícia Civil tem total autonomia para atuar, sempre “dentro da lei”. 

O governador relatou estranhamento com o fato de as acusações e movimentações contrárias ao seu governo terem surgido após a substituição do delegado Samir Fouad Abboud, que chefiava a Polícia Civil desde gestões anteriores. “Não teve nenhuma maldade. O governador pode fazer substituições. Mas eu fiquei preocupado, porque não teve nenhuma reação quando troquei outros secretários, mas aí, quando eu mexi na Polícia Civil, criaram 40 sites, 22 perfis com minha foto, pra tentar gerar quantidade”, disse.

Ao justificar a nomeação de Elias Rezende para a Casa Civil, Rocha afirmou que havia resistência interna à sua escolha: “Havia uma sensação de que o Elias não poderia assumir. Por que não? Porque ele é policial penal? Porque é da área do direito? Qual o problema? Ele é extremamente inteligente. Estava comigo desde o início”. Segundo o governador, houve uma tentativa de desgastar Elias por parte de quem não aceitava suas decisões: “Quando alguém não faz o que se quer, então existem pessoas atacando o tempo inteiro para gerarem em você a sensação de que a pessoa está errada. E alguns fazem isso por dinheiro.”

Ainda sobre nomes que deixaram a gestão, Rocha comentou especificamente sobre Júnior Lopes, ex-secretário de Juventude, Cultura, Esporte e Lazer. “É um cara maravilhoso, educado, respeitador. Pode ter sido usado. Na boa vontade, pode ter assinado algo que ele não queria, já que vem tudo em bloco. E ele pode ter acabado assumindo uma responsabilidade que não era dele. Mas pergunta se eu gosto do Júnior Lopes. Eu achei ele um cara decente.”

Assista na íntegra: 

Sobre Júnior Gonçalves

Durante a entrevista, Marcos Rocha relembrou o episódio em que prestou apoio emocional a Júnior Gonçalves, ex-chefe da Casa Civil, no momento em que este foi afastado do cargo por 60 dias. Segundo o governador, Júnior estava abalado e chegou a chorar. “Ele chorando, eu mandei uma mensagem pra ele dizendo: ‘fica tranquilo, fica em paz, eu estou com você, acredito na tua seriedade, até que se prove ao contrário’”, afirmou Rocha, destacando ainda que autorizou o então auxiliar a divulgar a mensagem enviada: “Pode inclusive pegar essa mensagem e divulgar pra que as pessoas saibam o que eu penso”.

Compra do hospital Regina Pacis e acusações na pandemia

Durante a entrevista, Marcos Rocha também detalhou sua atuação na área da saúde. Disse que a compra do hospital Regina Pacis foi um dos atos mais criticados, mas também, segundo ele, um dos mais acertados. “Fui surrado porque queriam que eu comprasse um hospital de lona. Por que será?”, questionou. Ele afirmou que três críticos da compra foram internados na unidade, e que um deles faleceu. “O outro veio comigo e falou: ‘eu fui pago para bater, e lhe peço perdão’. Eu perdoo, claro que sim. Aquele local salvou a minha vida”, declarou.

Rocha admitiu que as operações da Polícia Federal durante a pandemia ocorreram, inclusive na Secretaria de Saúde, sob comando do ex-secretário Fernando Máximo. Questionado sobre os testes supostamente superfaturados, disse: “O que me foi passado é que era o que havia no mercado. E houve uma fala em reunião com poderes: se só tem aquilo, o Estado pode comprar e depois entrar com ação”. Também mencionou que a distribuição de kits com medicamentos não comprovados foi uma medida emergencial. “Se não tem medicamento, e dizem para chupar limão, você chupa limão. A fé cura.”

João Paulo II e impasses na construção do novo hospital

O governador confirmou que a solução atual para a substituição do hospital João Paulo II será a compra de uma unidade hospitalar. “Vamos ter o hospital aqui em Porto Velho. Já está tudo meio que pronto”, afirmou, sem revelar o nome do estabelecimento. Questionado se seria o hospital com 120 leitos, respondeu apenas: “São muitos leitos”. 

Sobre o projeto anterior, em parceria com a iniciativa privada, disse que não houve gastos por parte do Estado. “O contrato previa que a empresa compraria o terreno, construiria, equiparia e entregaria pronto. Mas um dos sócios saiu, e os outros não tinham condições de manter. Cancelamos.” O governador negou que tenha havido negligência: “Não tinha empresa, não tinha terreno. Não foi gasto um centavo do governo. O que gastou foi só o evento em São Paulo.”

Críticas, início na política e bastidores das eleições

Rocha afirmou que não pretendia entrar na política, mas foi convencido por aliados de Jair Bolsonaro. Contou que, inicialmente, seria candidato a deputado federal, mas que parte do grupo pressionou para que ele deixasse a disputa. “Alguém debochou e disse: ‘então sai candidato a governador’. E eu olhei pra Luana, minha esposa, e ela disse: ‘sai, porque o não a gente já tem’. Começamos com R$ 19 mil. Fizemos campanha com carro velho.” 

Ele revelou que dormia no momento da apuração do primeiro turno em 2018. “Eu estava tão cansado que deitei e dormi. Acordei com a Luana gritando: ‘Eita!’. Eu tinha ultrapassado o Maurão e fui para o segundo turno.” Sobre o resultado, disse que pesquisas o apontavam com apenas 1% das intenções de voto. “Me pediram R$ 8 mil pra me colocar entre os cinco primeiros. Eu não aceitei.” 

Cortes e contenção de gastos

Rocha relatou que encontrou um governo sem recursos para honrar a folha. “Faltavam R$ 420 milhões. Disseram que só havia dinheiro para pagar três meses.” Disse que sua primeira medida foi ordenar corte de contratos e revisão de gastos. “Reduzimos custos, cobramos dívidas, sem aumentar impostos. Em pouco tempo, passamos a ter dinheiro para sete, oito meses. E pagamos todos os salários dentro do mês durante esses anos todos.” 

Ele atribuiu os resultados à fé e à recusa de fazer lobby. “Eu não tenho empresa, não sou produtor. Sou coronel da PM. Vou voltar a dar aula quando sair do governo.” 

Projetos e apoio às prefeituras

O governador também destacou programas como o Tchau Poeira, que asfaltou ruas urbanas em diversos municípios. “A obrigação é da prefeitura, mas por que o governo não pode ajudar?”, questionou. Disse que viveu em rua sem asfalto e que conhecia os impactos disso na vida da população. Segundo ele, os recursos utilizados vieram da própria arrecadação estadual, impulsionada pela credibilidade do governo junto ao setor privado. 

Crise com o vice-governador 

Robson Oliveira apontou a existência de uma crise política interna, especialmente com o vice Sérgio Gonçalves. Rocha disse não se tratar de crise de governo, e evitou comentar diretamente sobre o vice. “Crise política? Não considero assim. Mas o que houve foi um movimento estranho de ataques coordenados logo após algumas mudanças.”

Encerramento e promessa de retorno

Ao final da entrevista, o governador prometeu voltar ao programa para anunciar oficialmente a compra do hospital. “Quando a gente for fazer a entrega, venho aqui novamente.” Questionado se o novo hospital teria 120 leitos, desviou: “Vamos deixar acontecer. Está tudo meio que pronto.” 

A entrevista completa foi veiculada pelo canal Resenha Política e será publicada em duas partes. A primeira está disponível nas plataformas digitais do programa. A próxima irá ao ar amanhã, quarta-feira, 02.

Fonte – Rondônia Dinâmica

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