O Estado de Rondônia ocupa a segunda posição na Região Norte como um dos Estados com o maior número de pessoas desaparecidas, entre janeiro e agosto de 2025. Os dados são do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Nesse período, o primeiro lugar ficou com o Estado do Pará (700 pessoas); seguido por Rondônia (696) e Amazonas (640).
Na Coluna Semanal publicada no Portal Rondoniaovivo, no último final de semana, o nosso Estado aparecia com 599 casos de pessoas sumidas, porém, os dados foram atualizados na última segunda-feira (29), pelo MJSP acrescentando mais ocorrências a essa triste lista.
Quanto ao número de pessoas localizadas, segundo o levantamento do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Estado de Rondônia aparece na última posição, com apenas 34 casos solucionados. A liderança fica com o Estado do Pará (445) e com o Amazonas (430).
No último mês de agosto foi lançado, pelo Governo Federal, o Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas (CNPD), com o objetivo de unificar e cruzar informações das diferentes unidades federativas e, assim, fortalecer a investigação e aumentar as chances de resolução dos casos em todo o País.
Cadastro
O CNPD disponibiliza um painel público com fotos e informações básicas sobre pessoas desaparecidas. As informações são georreferenciadas e podem ser compartilhadas facilmente nas redes sociais. Além disso, qualquer cidadão pode enviar dados diretamente às autoridades responsáveis pelo caso, por e-mail ou Whatsapp.
Atualmente, o cadastro possui dados de pessoas desaparecidas nos Estados de Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Piauí, Amapá, Tocantins e Bahia. Rondônia ainda não aparece neste banco de dados com fotos e informações sobre casos de desaparecidos.
Em 2024, o Brasil registrou 81 mil desaparecimentos. Desses, 55 mil foram solucionados – uma taxa de 68% de localização. A expectativa é de que o CNPD ajude a elevar esse índice nos próximos anos.
Estrutura do sistema
O sistema lançado tem duas principais interfaces. Uma delas é voltada aos profissionais a segurança pública, com informações detalhadas dos boletins de ocorrência, e correlaciona desaparecimentos e localizações entre as diferentes unidades federativas. Já a interface para acesso da sociedade civil, trata-se de um painel público no qual as publicações são feitas pelos policiais, depois de uma análise do caso e da autorização da família.
Os registros de desaparecimentos e localizações, feitos mediante boletim de ocorrência, serão automaticamente inseridos no CNPD, conforme forem enviados ao MJSP, por meio do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública – Integração (Sinesp – Integração). No entanto, informações sobre desaparecimentos em Rondônia parecem que não estão chegando ao ministério.
Campanha Não Espere 24h
O MJSP anunciou a parceria com o Grupo Piracanjuba na campanha Não Espere 24h. A ação, em andamento desde outubro e 2024, utiliza inteligência artificial para atualizar imagens de desaparecidos, mostrando como estariam atualmente. As fotos são divulgadas nas embalagens de leite das marcas Piracanjuba e LeitBom.
Desde setembro, as caixas também trarão a frase #Não Espere 24h, reforçando que o registro da ocorrência deve ser feito imediatamente, sem aguardar um dia inteiro após o desaparecimento, além de link para a página do MJSP, com informações sobre como proceder em casos de desaparecimentos. A medida busca ampliar a visibilidade do tema e aumentar as chances de localização de pessoas desaparecidas.
Estado de RO contesta
Em contato com a Redação do Rondoniaovivo, o Setor de Estatística da Polícia Civil de Rondônia contesta os dados nacionais, alegando que os números devem ser interpretados como ausências temporárias e não definitivas.
Conforme esclareceu, 96% desses registros são de ausências temporárias, já contabilizadas pelo Núcleo de Pessoas desaparecidas. Nos casos de desaparecimentos vinculados a homicídios, praticamente todos já foram elucidados.
O Núcleo de Pessoas Desaparecidas entrou em contato com 322 pessoas, deste universo apenas 4 continuam não localizadas.
Fonte: Rondoniaovivo